31 de Agosto de 2016

By Clara Elisabeth - 20:44

Hoje eu acordei surpreendentemente animada, e não sei ao certo por que razão. Sei que tive uma noite de sono realmente boa, minha insônia me deixou de lado e comecei o dia super bem. O tempo estava gostoso e o Sol resolveu dar as caras. Resumidamente, foi uma manhã linda. Mas a beleza do dia não durou muito tempo. Eu realmente achei que a imagem brasileira em relação à política externa fosse impedir o que aconteceu nesse dia.


Hoje se desenvolveu a última etapa da consolidação do Impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, que foi, por decisão do Senado, afastada de seu cargo e Michel Temer oficialmente assumiu seu cargo.


Durante o mandato de Temer, ainda enquanto presidente interino do Brasil, diversas medidas insatisfatórias foram tomadas. A começar pelos planos de extinção do Ministério da Cultura, passando por cortes violentos à educação (inclusive, o fim do programa Ciência Sem Fronteiras, o que ajuda estudantes brasileiros a terem a oportunidade de estudar em diversidades estrangeiras a fim de agregar inovações científicas), dentre outras.


Mas agora, Michel Temer é, oficialmente, presidente do Brasil. O político que, não só é investigado, como já considerado inelegível, ou seja, ele não poderia concorrer, nas próximas eleições, ao próprio cargo que acaba de assumir. Se isso tudo faz sentido? Bem, eu realmente não sei mais o que pensar sobre nada.


Só sei temer. Temer. Esse sobrenome diz muito sobre esse momento. Temo pelo que será do nosso país a partir dos próximos dias, principalmente pela parcela - massiva - da população que mais necessita do investimento do governo, que agora está nas mãos da pessoa que citou a frase de uma placa que dizia: "Não fale em crise... Trabalhe!".


Eu não posso dizer como será esse próximo governo, mas as evidências estão aí - as primeiras medidas, os projetos, as alianças, os processos judiciais. Preciso chamar sua atenção para algo importante: o desenrolar da Lava Jato de hoje em diante. Apenas acompanhe a condução das investigações, as notícias (inclusive o comportamento dos jornais em relação a isso) e depois reflita sobre o quão distante ou quão íntima é a relação entre o processo de Impeachment de Dilma Rousseff e as investigações da Lava Jato.



Agosto poderia ter terminado sem essa.


Boa sorte para nós.




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