29
de Março:
Aniversário
da cidade do São Salvador da Baía de Todos os Santos
Uma das mais encantadoras e históricas cidades do
Brasil (senão do mundo afora), Salvador envolve quem quer que nela pise, seja
por sua natureza, pelas construções ou pela energia imanada pelos santos e
orixás protetores da cidade-fortaleza.
Aqui nasceram e viveram jornalistas, escritores,
compositores, músicos (e aqueles que eram a fusão de tudo isso) que, em seu
trabalho, registraram a Cidade da Bahia em seus mais diversos e controversos
aspectos. A cidade já foi (e ainda é) cantada, escrita, falada, ouvida e
sentida. Salvador abriga em cada canto uma faceta cultural e histórica, até
mesmo no nome de suas ruas e localidades em geral. Aprender sobre a origem dos
nomes dos locais Soteropolitanos pode ser uma riquíssima aula de história ou
mesmo um grande ponto de discussão.
Como foi perfeitamente descrito por Jolivaldo
Freitas em seu livro “Histórias da Bahia - Jeito Baiano”,
"Andar pelas ruas de Salvador é uma viagem de volta ao tempo. […] Cada pedra que se pisa nesta cidade resgata a memória de um período em que os escravos cantavam e Nagô ou Banto e das orgulhosas senhoras e senhores da aristocracia.Quem presta atenção é capaz de ainda ouvir o frufru das saias rendadas e das anáguas das sinhás que desfilavam pelo Terreiro de Jesus, Sé e Pelourinho mostrando suas riquezas e beleza acompanhadas de sua reluzentes mucamas. As ruas de Salvador são marcadas a Ferro, pedra, sangue e pólvora. São ruas estreitas e tortas em que passaram libertadores e revoltosos. Flamengos e Ibéricos. Gentios e Africanos. […] Os nomes das ruas justificam um passeio em viagem nas lutas e glórias. Cada uma tem sua personalidade - embora nas placas indicativas faltem as informações essenciais sobre o significado do batismo. […]”
(FREITAS, Jolivado. Histórias da Bahia (Jeito Baiano). Coleção História da Bahia. Ed. Farol Da Barra. 4ª edição, Salvador: 2011.)
O povo da Soterópolis, sem dúvida, não poderiam ter
nascido em lugar melhor. Nasceram no local imerso numa mistura cultural,
linguística, étnica e até mesmo, ideológica. Daí sua personalidade e
singularidade. Não querendo ser pouco humilde, mas Salvador é incomparável.
Perfeita? Jamais. Mas é bela em suas linhas tortas, bem como seus becos. Temos
problemas a enfrentar, temos um trânsito caótico e ruas violentas. Temos belas
paisagens naturais envolvendo a arquitetura moderna que se funde com as
lembranças arquitetônicas do período colonial. Salvador é, por natureza, tomada
por dualidades intrigantes.
Fábio cascadura, em Soteropolitana, sintetizou
história, costumes e outros aspectos dessa cidade, com uma bela letra embalada
pelo ritmo tão inerente aos aqui nascidos. E assim me despeço e parabenizo a
cidade: com seu próprio ritmo, sua luz, seus encantos.