[ENTREVISTA]: QUÍMICA EM PAUTA

By Clara Elisabeth - 21:37


Tudo é química? Qual a importância do químico para a sociedade? Como está o mercado para o técnico? Vale a pena estudar química? Isso e muito mais será esclarecido aqui com o professor Cristóvam Brito.

Por Alana Santos, Clara Elisabeth e Célia Patrícia.


"Afinal, o que somos?" Se essa pergunta fosse feita a Pitágoras há 25 séculos ele certamente responderia: “Todos somos números”. Hoje somos cerca de 7 bilhões de seres andantes e podemos ser expressos em números. Mas o que ele realmente não sabia, meus caros, é que de fato, absolutamente tudo é química, o ser humano por exemplo é um amontoado de carbono, oxigênio, hidrogênio e outros 18 elementos. 

                       
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Você pode até não perceber mas ela está desde os processos biológicos como a digestão, a troca de gases ocorrida na respiração, as ações das enzimas catalisando ao ato da paixão a qual pode provocar reações tão intensas que se durarem por muito tempo no organismo pode até entrar em colapso e mais a  química é uma ciência inerente a existência humana.


Deste modo, pensar na evolução humana implica pensar nas descobertas da química que vão desde o desenvolvimento de novos materiais á síntese de novos medicamentos, frutos da constante investigação desta disciplina. É aí que entra a importância do químico para a sociedade. Para Cristovam Brito, 28, egresso do curso de análise química do IFBA¹ e graduando em Química pela UFBA²: “Se pensarmos no combustível que o ônibus utiliza, o qual é produzido numa indústria petroquímica e quem está no processo de produção, intervindo além de outros profissionais?” O químico ou o técnico precisam estar lá, são importantes porque participam do processo de produção dos materiais e compreende os mesmos. E ainda afirma: “Vale a pena, quando eu parar de atuar no mercado, terei um diferencial como pessoa, porque atuei na área da química, os químicos veem o mundo de outra maneira, bem mais apurada, elaborada, justificável, objetiva e é muito interessante ver o mundo sob a ótica da química”.

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Reportagem: - O que te motivou a estudar química?Cristovam Brito: - O que me motivou a estudar química foram as boas aulas de química que eu tinha no ensino médio, principalmente no segundo e terceiro anos.

Rep.: - Como e quando ocorreu seu ingresso na área da química?
C.B: - Meu ingresso na área da química ocorreu pela influência de uma professora do ensino médio daqui do instituto (IFBA), que se chamava Fátima e não mais leciona, mas ela dava uma aula muito boa, tinha uma honestidade muito grande com os alunos. Ela tinha uma concepção sobre a natureza da ciência interessante, mostrando que ciência não é verdade absoluta, então essa coisas nas aulas dela me deixaram interessado na disciplina de química, então ela foi mostrando como a química é importante pra compreender o mundo e aí eu fui despertando pra isso, como eu ainda não estava direcionado para o que é que eu ia fazer no futuro, como um curso superior, ou outra opção, aquilo já foi me norteando, e então eu decidi fazer a prova para o subsequente, e consegui, me formar como técnico em química, isso aconteceu em 2005.

Rep.: - Qual o principal objetivo do Curso (técnico em química)?
C.B.: - O que eu compreendo é que o curso de química tem o objetivo de formar profissionais para essa área, para atuar nas indústrias e no polo (petroquímico).

Rep.: - O que o curso de química tem que o diferencia dos demais cursos?
C.B – Primeiro, que química é uma área muito específica, as pessoas que ‘caem de paraquedas’ acabam não querendo, as pessoas que não têm certeza se querem química, acabam abandonando, só quem quer química e só quem gosta mesmo daquela disciplina, da abstração que a química exige pra você compreender o comportamento das partículas de maneira geral, é que permanecem no curso de química, acho que isso diferencia o curso de química dos outros, pois os outros são menos abstratos, eles recorrem menos a entidades naturais como ácido, ar, concepções como energia, estabilidade, então eu acho que o que diferencia são esses fatores e também o campo de atuação: por exemplo, formar um técnico em química numa região que não tem indústria, é inútil. No nosso caso (Bahia), temos indústrias de grande e médio porte em Salvador e região Metropolitana e temos o polo de Camaçari, que absorve a mão de obra.

Rep.: - O que todo excelente químico precisa ter?
C.B.: - Capacidade de Abstração, um bom raciocínio lógico matemático, habilidade desenvolvida de observação e, ainda, de registrar essas observações e ter rigor nesses registros, conhecimento de conceitos fundamentais e adjacentes de química pra poder explicar os fenômenos no ponto de vista químico, baseado na configuração eletrônica, principalmente. Se ele não tiver isso, não é um excelente químico.

Rep.: - Quais as áreas de atuação do químico?
C.B.: - O técnico em química atua em laboratórios de química e em indústrias, farmácias de manipulação, e, apesar de não estar habilitado pra dar aula, tem conhecimento para tal atividade. Mas é o químico formado a nível superior que tem essa competência e também tem habilidade para ir aos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento e aos laboratórios de análises físico-químicas gerais.

Rep.:- Há uma maior procura para a indústria ou a área acadêmica?
C.B.: - Há uma maior procura pela área acadêmica. Na verdade, eu não diria acadêmica, mas pela licenciatura. Os químicos procuram mais, no final das contas, a aula. Ainda que ele se forme para atuar na indústria, ou seja, ele passa na universidade de habilitação industrial, no final, o mercado atualmente, não absorve muitos os industriais. Então eles voltam, fazem as disciplinas que faltam para completar a carga horária do curso de licenciatura e então eles têm campo aberto, é muito mais aberto para os licenciados. Para os pesquisadores é pequeno, por que, normalmente os pesquisadores são aqueles que têm uma carreira, uma trajetória na área de química grande, são professores universitários, que se tornam pesquisadores de maneira geral e eles têm o reconhecimento de grandes empresas que fazem o investimento na pesquisa deles como Petrobrás e indústrias grandes do polo. Dessa forma, o campo está aberto aos licenciados e menos aberto para os industriais e, menos ainda, para os pesquisadores, pelo menos, no estado da Bahia.

Rep.: - Esse fato fez com que você não escolhesse a área industrial?
C.B.: - Eu resolvi fazer licenciatura por razões particulares, mas influenciado, também, por essa questão, mas ela não teve um peso tão grande. Eu, realmente, comecei a fazendo o curso industrial, mas no percurso, eu percebi que eu deveria primeiro, fazer licenciatura porque eu teria a oportunidade de discutir os conceitos de química de maneira aprofundada na parte de filosofia da educação, etc. Por isso, eu decidi me tornar professor antes de industrial. Eu vou pegar as disciplinas complementares e vou fazer industrial um dia, mas, inicialmente, escolhi licenciatura.

Rep.: - Como se encontra o atual mercado de trabalho para o técnico em química?
C.B.: Para o técnico em química, o mercado está mais aberto do que para os químicos de nível superior, habilitados para a indústria e também para os pesquisadores, então as indústrias estão crescendo, surgindo novas indústrias de pequeno e médio portes e, por isso, a mão de obra dos técnicos é bastante requerida hoje e também por que o técnico ele ganha menos que um químico industrial e ele atua, não fica só na parte de discussão, ele vai para o laboratório e executa a atividade, então antes contratar um técnico do que contratar um químico, por que é mais barato para a indústria.

Rep.– A desistência e reprovação no primeiro ano são comuns aqui no IFBA. Você pensou em desistir no decorrer do curso técnico ou, até mesmo, no nível superior?
C.B.: - Que pergunta! – brinca – Eu pensei em desistir, não do técnico, mas do curso superior por que é um curso difícil; existem disciplinas que são consideradas o ‘funil’ do curso: se a pessoa passar por aquelas disciplinas, se desenvolverá bem nas outras. Então tem disciplina muito difícil, como química inorgânica básica, é uma das disciplinas que pegam lá na UFBA para a galera que vai se formar em química, mas também têm outras coisas que me dificultaram no curso superior que foi o seguinte: a minha necessidade de trabalhar. Por que se eu sou técnico em química, eu preciso trabalhar porque tenho uma família para ajudar, era minha mãe e meu pai e, depois que me casei, veio a minha esposa, e eu não podia mais ficar só estudando, então eu não podia (e não tenho podido) me dedicar ao curso de química porque eu precisava fazer outras atividades para complementar a renda familiar.

Rep.: - Quais as disciplinas mais trabalhosas no curso superior em química?
C.B: - Química inorgânica básica, Química de coordenação e química quântica.

Rep.: - É possível trabalhar na área da química sem gostar das demais exatas?
C.B: - É necessário, para um químico, ter habilidade com a matemática e a física, porque a química tem uma interface com a física muito importante porque a matemática é um instrumento pra poder compreender e expressar resultados na química. Então, ele precisa ter um bom conhecimento de matemática e de física; pode até não gostar, mas precisa e, gostando, já tem a ‘faca e o queijo na mão’.

Rep.: - Foi difícil Conseguir estágio?
C.B: - Não foi difícil conseguir estágio quando terminei o curso. Aqui no IFBA, as propostas de estágio eram publicadas em murais, os interessados ligavam, marcavam entrevista, faziam um teste de seleção, inclusive, algumas empresas faziam o teste de seleção aqui mesmo no IFBA, como a Millennium³, e ainda fazem, e o pessoal sempre conseguia com facilidade, e eram muitas seleções, pelo menos no meu caso, era cerca de uma por semana, no final, se não ficasse nem na primeira, nem na segunda, ficava na terceira. Eu fiz uma para a CETREL4 e uma para a DETEN Química5, não consegui na CETREL, mas consegui na DETEN Química. Fiquei lá um ano, eles queriam prorrogar por mais um ano, só que eu não quis, eu precisava voltar pra estudar na Universidade. Mas o rigor era grande, uma vez fizeram duas seleções para convocar um dois candidatos, sendo cada uma delas com cerca de 10 a 15 candidatos, apenas um em cada seleção foi considerado preparado para estagiar.

Rep.: - O químico é um cientista?
C.B: - O que compreendemos por cientista é o pesquisador, aquele que fez bacharelado em química, que tem uma certa carreira acadêmica, reconhecimento, patrocínio, mas também pode ser um pesquisador na área de educação, Isso é uma coisa nova que surgiu no mercado. A educação tem requerido pesquisas e uma boa parte dos licenciados também estão se tornando pesquisadores.

Rep.: Com Relação à formação do professor de química, como você acha que tem que ser? Acha que os modelos que vemos nas universidades atualmente estão no caminho certo? Falta alguma coisa?
C.B.: - Essa é uma pergunta muito pertinente, porque ela trata de como os químicos estão sendo formados, qual a concepção que eles têm . Os currículos nas universidades brasileiras, em sua maioria, são antigos e, portanto, estão formando químicos sem uma nova perspectiva de pesquisa ou então aquele químico que só vê o laboratório e não consegue envolver outros fatores que o mercado hoje vive, então os currículos são obsoletos, mas está havendo um movimento crescente no Brasil de transformações nos currículos, isso não tá acontecendo por via da galera que tá inserida na pesquisa como o bacharel, os pós-doutores, mas sim, daquelas pessoas que estão na área da educação.

Rep.: - O que acha do atual ensino de química no ensino médio?
C.B.: - O ensino de química no ensino médio tem sido muito discutido nas universidades pelo pessoal que está na área da educação, e há um consenso de que o ensino de química está muito a quem do que deveria porque os próprios livros trazem concepções de educação e concepções de homem e metodológicas que são problemáticas, então quando se analisa livros didáticos, se eles conseguem trazer contextos para facilitar a compreensão do aluno, percebe-se que não, que os livros estão muito defasados no que diz respeito a fazer questões contextualizadas e eles têm erros de conceito graves, eles fazem analogias que se tornam obstáculos para a própria compreensão do que seja a ciência, do que seja a química e do que seja aquele conceito que o livro traz. Além dos problemas com os professores, que eles recebem mal, logo eles não se empenham, não se envolvem de maneira satisfatória com a prática de ensino, senão nos primeiros anos, depois eles vão ficando cansados e sem muitos atrativos, não têm gratificação pra que eles continuem num processo de reciclagem, de voltar a refletir sobre o que e educação, procurar caminhos novos, soluções novas para a sala de aula, então a educação em química, hoje no ensino médio, está problemática, ao meu ver.

Rep.: - quais as áreas da química que estão despontando no cenário das pesquisas e que prometem soluções para o futuro?
C.B.: - As áreas de nanopartícula: os fulerenos, os compostos do carbono, que estão sendo desenvolvidos, têm uma aplicabilidade muito grande, por exemplo, pra recipientes que possam transportar gases inflamáveis, estão desenvolvendo com nanopartículas, então a parte da orgânica com a tecnologia das nanopartículas, é uma área promissora; Além também desenvolvimento de materiais de limpeza, de uso doméstico. Mas  a química como ciência tem poucos céculos e o objeto de estudo da química, que é a matéria e suas transformações, a energia envolvida nessas transformações é muito vasto, tem muito o que se descobrir e o que desenvolver nessa área.

Rep.: - Qual a importância do químico para a sociedade? 
C.B.: - O químico é muito importante para a sociedade. Sou químico, tenho que defender nossa classe (risos). Tudo na vida está relacionado com matéria e energia de alguma maneira. Se pensarmos num ônibus, o assento é feito de um polímero que precisa ser produzido numa indústria. Quem está no processo de produção, intervindo, além de outros profissionais? O químico. Aí a gente vai pensar no combustível que ônibus utiliza para nos levar ao nosso local de destino e esse combustível precisa ser produzido por outra indústria petroquímica, onde os químicos estão envolvidos, aí a gente vai pensar no princípio de funcionamento de um motor, e vai pensar em muitos conhecimentos da química: a explosão, para o funcionamento do motor, que é um dos objetos de estudo da química, um químico compreende melhor a combustão. Então, pra você se deslocar de um local pro outro precisa envolver muitos processos químicos; o nosso próprio organismo é uma pilha de processos químicos. Então, nós temos as reações do metabolismo, que mantém, a gente vivo, a parte do equilíbrio interno, da temperatura, pH, tudo isso é processo químico. Então, o químico é importante porque ele participa na produção desses materiais, compreende muitos processos e devem ser consultados pelos médicos, pois eles não conhecem tanto de química quanto um químico, então um médico vai compreender melhor determinados processos internos do nosso organismo se ele tiver uma troca de conhecimento com um químico. O químico é muito importante para a sociedade.

Rep.: - Você fez algum curso de aperfeiçoamento?
C.B.: - Eu fiz alguns cursos de aperfeiçoamento, sim. Teve um curso técnico, aqui mesmo na instituição, que discutia sobre o que fazer com os resíduos gerados pela indústria em qualquer processo químico, como tratá-los para que eles não sejam dispostos de maneira errada ou como evitar que eles sejam produzidos, como colocá-los dentro de um ciclo que os valorize, que eles retornem, possam ser reutilizados, vendidos, trabalhados. Teve também um curso de operação, para que me habilitasse para a área industrial e não ficar só na área do laboratório, fui pro estado de São Paulo, e fiz esse curso na Nalco Brasil6, uma multinacional que trata do petróleo, gás e água no planeta. Eu era funcionário dessa empresa quando eu fiz esse curso de aperfeiçoamento e eu pude atuar na Millennium*, fazendo correções na área, ajustando bombas, enfim, eu fui além dos limites do laboratório.

Rep.: -Se pudesse escolher uma descoberta da química para ter realizado, qual seria?
C.B: - Eu pretendo sair da área da química, mas quando sair, pretendo deixar uma contribuição importante, pra enriquecer nossas culturas e também pra ter meu nome em um memorial (risos), nos livros ou nos artigos, e gostaria que fosse algo relacionado à saúde, talvez equipamentos que possam ser utilizados em equipamentos ou a descoberta de algum princípio que pudesse diminuir a dor das pessoas ou ainda uma tecnologia para nos transportar em uma velocidade maior, com menos riscos, ou transportar produtos perigosos com menos riscos.

Rep.: -E por quê você pretende sair da área da química?
C.B.: - A área de química, a nível de licenciatura, é uma área que exige que você vá para sala de aula e tenha que lidar com pessoas; e lidar com pessoas é algo desgastante. Na própria profissão de professor, você usa muito a mente, discute muitas coisas, você tem que pesquisar e é, talvez, a profissão mais desgastante que existe: Nnão é braçal, mas cansa a mente, o esforço que a gente tem que ter é muito grande e pouco reconhecido. Então, eu sairia por essa razão, do desgaste que a profissão causa e também porque trabalhar na indústria, com produtos químicos é perigoso. Então o profissional dessa área deve trabalhar dentro de um certo prazo, ele tem que estabelecer um prazo pra si mesmo. Caso contrário ele, possivelmente, desenvolverá uma doença, uma complicação relacionada aos materiais de trabalho dele na indústria, ou como pesquisador também, que está sempre manipulando esse tipo de materiais.

Rep.: -Saindo dessa área da química, que caminho você pretende seguir?
C.B: - Saindo de química, acho que eu vou escrever! Quero passar o resto da vida escrevendo livros. Eu gosto de ler, gosto de escrever; ou quero fazer algo na área de sociologia, filosofia, quero pensar, expandir minha cognição.

Rep.: - Suas expectativas foram correspondidas e valeu à pena fazer o curso técnico em química?
C.B: Minhas expectativas foram correspondidas em relação ao técnico, têm sido correspondidas em relação à química. Minha expectativa era que eu pudesse manipular os materiais e ver como eles interagem entre si, como eles se transformam, como isso acaba interferindo na produção de materiais, então a gente consegue ver a química funcionando: tudo faz sentido quando vamos ao laboratório, quando a gente tem contato com a área profissional de análises desses materiais. Minha expectativa também era de que não é um curso fácil, nem o nível técnico nem o superior e, realmente, não é nada fácil. O técnico foi mais fácil que o superior: o superior tem sido mais difícil, tem requerido mais da minha mente.
Valeu à pena. Vale à pena, pois quando eu sair dessa área, eu terei um diferencial como pessoa, porque eu atuei na área de química; quem faz química vê o mundo de outra forma e não como a maioria das pessoas: tem uma visão muito mais apurada, elaborada, justificável e objetiva. E é muito interessante ver o mundo na ótica da química, a gente tem uma visão melhor quando a gente atua na área das ciências naturais nos dá um leque de possibilidades de percepção do mundo do quê a linguística e outras ciências não naturais. Então, nesse sentido, eu acredito que terei conquistado muito. A pessoa que trabalha na área das ciências não naturais não teria a possibilidade de enxergar o mundo da maneira que um químico vê; se o indivíduo faz um curso de química ou qualquer ciência que seja natural ele tem uma visão interessante para poder complementar com os demais. Eu acho mais eficiente esse caminho mais eficaz de compreender o mundo: começar nas ciências naturais e terminar nas ciências não-naturais, políticas, humanas. Porque se ela viver completamente alheia à ciência humana, ela poderá construir tecnologias que vão destruir o próprio homem.

Rep.: - Então a ciência natural aliada à ciência humana consegue gerar um progresso?
C.B: - É isso. E a química tem esse poder de unir essas duas coisas.

Rep.: Quais as dicas e conselhos você dá para os futuros profissionais em química?
C.B: - Estude não só o que você deve, mas estude além do que você deve. Não só em tempo, como também em quantidade; e não se contente com o que o professor dá em sala de aula. Vá além: tente ver as coisas em outro nível. Outro conselho: seja rigoroso, pois um profissional na área da química tem que ser metódico e ele precisa desenvolver esse rigor com anotações, com a linguagem no momento de justificar os fenômenos, os processos. Seja rigoroso principalmente com os conceitos: não deixe as pessoas distorcerem os conceitos, pois um conceito distorcido dificulta a compreensão como um todo, o que é problemático. Seja fiel à sua ciência, pois se não for fiel à sua ciência, aos seus conceitos e ao seu contrato, será um profissional relapso, que trará danos à sociedade.

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