Conheça: ONG GAMBÁ

By Clara Elisabeth - 21:28

As diversas paisagens baianas possuem caráter único, conseguindo ser, simultaneamente, singular e plural, oferecendo atrativos aos diversos gostos e ritmos de vida. A Bahia apresenta aspectos urbanos, rurais, paradisíacos. As paisagens naturais surgem como que por milagre quando se parte da capital em direção ao interior, apresentando-se sob as mais diversas formas, moldando diferentes formas de sobrevivência. Infelizmente, as paisagens naturais estão sendo devastadas e pedindo socorro, clamando por atitudes que almejem converter ou, ao menos, retardar os efeitos da intolerância capitalistas.

Esse é o principal objetivo do Grupo Ambientalista da Bahia, o Gambá que, há cerca de trinta anos, defendendo. Ao contrário de muitas instituições que idealizam projetos apenas burocráticos, esse grupo foi, desde o começo da sua história, motivado por ações práticas e efetivas, defendendo cada vez mais a participação e o envolvimento de cada vez mais pessoas nas atividades de proteção ao meio ambiente. Além da proteção da Mata Atlântica, a instituição também promove a proteção da fauna de diversas paisagens baianas. Além do aspecto ambientalista, o grupo penetra no âmbito sociopolítico da comunidade, visando à participação social nas políticas públicas.
Fundado em 14 de abril de 1982, incentivado por um grupo de técnicos e profissionais liberais preocupados com o avanço da degradação ambiental na Bahia, O GAMBÁ, Grupo Ambientalista da Bahia, é uma ONG sem fins lucrativos, baseada principalmente nos objetivos de promover a conservação do Meio Ambiente, o desenvolvimento sustentável e a formação da cidadania, tendo como princípios a democracia e a justiça social.

Dentre as estratégias de trabalho do grupo, estão a divulgação de informações, a realização de projetos demonstrativos e a defesa da participação social da população nas políticas públicas. A organização surgiu no início da década de 1980, no contexto político que não proporcionava condições favoráveis para a organização de pessoas em associações e sindicatos, dificultando a discussão e critica ao âmbito sociopolítico da comunidade. Paralelo a isso, o desejo de melhorias nas políticas de preservação ao meio ambiente foi sendo cada vez mais difundido, levando alguns jovens a associarem-se e formarem uma organização com o propósito de discutir e lutar por melhorias em tais questões, que foi denominada Grupo Ambientalista da Bahia, acarretando a sigla GAMBA, que, mais tarde passou a ser GAMBÁ, evitando ambiguidade na pronúncia e simultaneamente fazendo uma brincadeira com o animal homônimo, que parece inofensivo, mas que se ameaçado, apresenta estratégia no mínimo incômoda. Esse é justamente o aspecto da ONG, que no início de sua atividade foi associado a denúncias e protestos ambientalistas, mas posteriormente, o grupo também teve atividades voltadas para discussão e participação políticas, inclusive em conselhos e comissões nas três esferas governamentais.

A organização, que inicialmente contava com onze sócios, teve significativa difusão e notoriedade ao longo de sua atuação. Atualmente, a instituição conta com cerca de 300 associados e, segundo o artigo 6º de seu estatuto, “O GAMBÁ é constituído por número ilimitado de associados, sem distinção de cor, sexo, nacionalidade, profissão, credo religioso ou político”, desde que sejam maiores de dezesseis anos e concordem com os objetivos estatuários da instituição e não tenham antecedentes de caráter depreciativo de acordo com a política institucional do grupo. Além dos voluntários associados ao GAMBÁ, também se destaca a participação de profissionais na elaboração de pesquisas e projetos, a fim de cumprir a missão de proteção ambiental, formação da cidadania e participação sociopolítica. Tais projetos são voltados para a inclusão da sociedade na luta pela defesa no meio ambiente, principalmente crianças e jovens, para que, com sua participação, adquiram consciência ambiental e olhar crítico sobre a paisagem que habita.

A sede da instituição é localizada em Salvador e constitui-se em três salas para atividades de gestão da instituição e reuniões de projetos. Além disso, a sede ou matriz institucional abriga também o Centro de Documentação e Educação Ambiental – Cedea, uma de suas estruturas, onde está organizada e catalogada grande parte do acervo do Gambá (livros, documentos históricos, vídeos, dentre outros). A organização possui também um Centro de Pesquisa e Manejo da Vida Silvestre (CPMVS) localizado em Elísio Medrado, Bahia, no qual há instalações voltadas para o desenvolvimento das atividades do Programa de Conservação de Ecossistemas, que inclui viveiros de mudas de essências nativas de Mata Atlântica, espaços para reabilitação e soltura de animais silvestres, áreas para a realização de oficinas e parte administrativa.



O grupo atua em grande extensão do território baiano, tendo como um dos principais projetos, a proteção da Mata Atlântica. Os projetos realizados pelo grupo são de extrema importância, pois trabalham com as diversas vertentes da sociedade, uma vez que, com comissões, conselhos, eventos e até palestras estudantis, objetiva a formação de uma consciência comunitária, de ativo envolvimento com a manutenção das paisagens naturais e de controle das ações políticas públicas, promovendo discussões políticas, visando à formação de uma comunidade de caráter crítico, auxiliando no desenvolvimento da cidadania e na luta pelo respeito aos direitos humanos e ambientais. Além disso, o trabalho da organização acarreta em uma maior disseminação de princípios éticos nas atividades política e até econômica, integradas com o conceito de sustentabilidade, denunciando irregularidades ambientais e fazendo análises críticas às legislações socioambientais.

A instituição é mantida por colaborações de parceiros, voluntários ou interessados na manutenção da sua atividade. Essas colaborações podem ser tanto por meio de voluntariados que se associem ao grupo, empresas que enviem técnicos para a instituição, pessoas que adquiram alguns dos produtos comercializados pelo GAMBÁ (por exemplo, publicações), entidades que desejem colaborar financeiramente ou até mesmo pessoas dispostas a participar das manifestações e eventos realizados pela organização. Além disso, conta com parceiros como proprietários rurais associados às atividades de reflorestamento do Centro de Pesquisa e Manejo da Vida Silvestre e instituições que participem da execução de projetos ou campanhas.

Indivíduos que discutem a situação social, política e ambiental em que estão incluídos tendem a ter um olhar mais crítico sobre tais aspectos e um desejo de mudança para a garantia de um futuro melhor. A formação dessa consciência é importante para a construção social de diversas gerações e para a sustentabilidade da mãe natureza, que agraciou a Bahia com seu seio materno, mas precisa da ajuda de seus filhos, para que possam manter-se mutuamente.

Visite o site da ONG e conheça mais sobre seu trabalho: http://www.gamba.org.br/
Visite também sua página no Facebook e saiba mais: https://www.facebook.com/OngGamba

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