RESENHANDO: "A Volta ao Mundo em 80 Dias", Júlio Verne

By Clara Elisabeth - 16:31




Philleas Fogg era um inglês pacato, perfeccionista e com uma vida muito íntima: pouco se sabia sobre ele, mesmo nas redondezas da sua residência e nos lugares que frequentava. 



Uma das poucas reuniões dele era pontual - aliás, pontualidade era seu ponto forte - e rotineira, que era a sua ida ao Reform Club, onde fazia suas refeições, lia as principais notícias nos jornais, encontrava outros cavalheiros e jogava sua clássica partida de Uíste, aproveitando para tratar sobre os assuntos do dia.


Em meio a uma dessas conversas é que surge uma aposta muito arriscada: Sr Fogg aposta que daria a volta ao mundo em - após seus cálculos, considerando possíveis atrasos, tudo cronometricamente calculado - exatos 80 dias. Lembrando que se trata do século XIX - mais precisamente, do ano de 1872 - a aposta foi tida como um absurdo e tudo conspirava contra o Sr. Fogg, que em momento algum pensou em desistir da aposta. Ele, então, resolve partir com pouca bagagem, muito dinheiro e com seu empregado recém-contratado, apelidado de Passepartout, um francês. E desse ponto desdobram-se aventuras e desventuras que farão o leitor conhecer um pouco de cada canto do mundo.

A volta ao mundo em 80 dias, faz o leitor participar dos problemas recorrentes nos meios transportes da época, se divertir com as discussões entre um francês e um inglês, um patrão e um empregado, e se deliciar com o desbravar de novos horizontes por estes loucos e outras pessoas que os fazem companhia nessa viagem.



Um dos pontos fortes nessa obra é justamente o choque cultural vivenciado pelos personagens principais em cada lugar por onde passaram, o que constitui um tipo de literatura que eu gosto bastante, a exemplo de “Cartas Persas”, de Montesquieu, embora as duas obras tenham estilos bem diferentes. Uma das características que acho bastante interessantes n’ A Volta ao Mundo em 80 Dias é a leveza com a qual a estória é narrada, e sua dose de humor, que consegue agregar, em seu público, leitores das mais diversas faixas etárias. E eu amo literatura que não é especificamente infantil, mas pode ser lido por crianças, e compreendidos com clareza, além de entreter e poder ser enriquecedor.






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